Os preços das casas em Portugal continuam a subir, ainda que a um ritmo mais lento. O Fundo Monetário Internacional (FMI) está atento a este cenário, mas descarta a necessidade de uma intervenção do Governo - pelo menos para já - uma vez que “a maioria das transacções imobiliárias não foram financiadas com hipotecas”. "Os preços das casas ainda estão a subir, mas não é preciso nenhuma acção política imediata", indica o FMI num relatório divulgado esta sexta-feira, 12 de Julho de 2019. A instituição refere que os aumentos dos preços das casas são evidentes, mas que “variam consideravelmente de região para região" e acrescenta que, além disso, "a maioria das transacções imobiliárias não foram financiadas com hipotecas". A maioria das transacções imobiliárias que fizeram disparar os preços das casas aconteceram em “locais-chave”, como Lisboa e Porto, e estiveram ligadas ao “forte crescimento do sector do turismo e aos investimentos directos de não-residentes”, declara o FMI. Crédito para comprar casa é uma preocupação: A instituição ainda liderada por Christine Lagarde refere, ainda assim, que “se a forte subida dos preços continuar, isto poderá levar a um aumento dos créditos à habitação (inclusive através de operações de refinanciamento), aumentando, ainda mais, a exposição da banca ao mercado imobiliário”. A entidade recomenda, por isso, que as autoridades portuguesas acompanhem “de perto a evolução dos mercados hipotecários”, de forma a implementar medidas macroprudenciais, se necessário. Preços vão desacelerar, mas a um ritmo lento: A Comissão Europeia também se pronunciou recentemente sobre o mercado imobiliário português, referindo uma tendência de moderação nos preços das casas no país, ainda que lenta. "Os preços das casas continuaram a crescer rapidamente, acima de 9% (em termos homólogos) no primeiro trimestre de 2019, desacelerando apenas marginalmente em comparação com os dois últimos anos", indicou Bruxelas nas suas previsões de verão. Dados divulgados pleo Eurostat mostram também que o país registou a terceira maior subida homóloga nos preços das casas (9,2%) no primeiro trimestre deste ano e a segunda maior face aos últimos três meses de 2018 (3,6%), entre os 28 Estados-membros da União Europeia.