Stock de crédito à habitação caiu para 99,3 mil milhões de euros em julho, recuando 0,1% em termos homólogos. Foi a primeira queda em quase cinco anos.

Pela primeira vez em quase cinco anos, o stock de crédito da casa caiu. Os empréstimos à habitação atingiram os 99,3 mil milhões de euros no final de julho, o que representa uma queda homóloga de 0,1%, a primeira desde outubro de 2018.

O Banco de Portugal explica que a redução da carteira de empréstimos para a compra de casa se deveu essencialmente a dois fatores que estão intimamente relacionados com a subida das taxas de juro: “o aumento das amortizações antecipadas e o abrandamento da procura de crédito à habitação”.

Desde o início do ano passado que os juros dos empréstimos da casa estão em alta, com as taxas Euribor, que são usadas no cálculo da prestação da casa, a disparar de valores negativos para mais de 4% (no prazo a 12 meses), perante o aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a inflação.
 

Crédito da casa regista primeira queda em cinco anos
O montante de empréstimos para a compra de casa registou uma queda homóloga de 0,1% em julho, a primeira desde outubro de 2018.

                                                                              

O forte agravamento da prestação da casa está a levar que muitas famílias optem por pagar o crédito antes do tempo para evitar pagar juros mais elevados, recorrendo às poupanças depositadas nos bancos. Por outro lado, quem quer comprar casa pensa duas vezes antes de ir pedir dinheiro ao banco.

Em relação aos empréstimos ao consumo praticamente estabilizaram em relação ao mês anterior, atingindo os 20,9 mil milhões no final de julho. Ainda assim, em termos anuais, o valor traduz um crescimento de 4% em relação a julho de 2022.

Do lado das empresas, o montante de empréstimos caiu 400 milhões em julho para 73,7 mil milhões. “Relativamente a julho de 2022, o montante destes empréstimos decresceu 2,6%, evolução semelhante à observada em junho (-2,7%)”, explica o supervisor financeiro.

Apenas as microempresas registaram uma taxa de variação anual positiva, enquanto as pequenas, médias e grandes empresas apresentaram taxas negativas.

https://eco.sapo.pt/2023/08/28